"Em toda a infância houve um jardim. Isto é coisa de poetas."

Augustina Bessa-Luís

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Uma canção de amor...

...de uma senhorita assenhorada.
Contada em português...


Era uma vez uma senhorita, com chapéu branco e muitos botões.
E esta senhorita, tão assenhorada, nunca se ria e sempre chorava.
Passou um caminhante:
- Porque choras menina?!
- Porque já não tenho, o que antes tinha!!!
-Mas o que tinhas?!
-Tinha um rã, que todas noites cro cro cro cantava.
-E onde está a rã?
-Foi numa lagoa.
- E essa lagoazinha?
-Está cheia de água.
-E onde está a água?
-Foi ter ao rio.
- E a água do rio?
- Até ao mar chegava.
Pobre senhorita de chapéu branco, pobre senhorita tão assenhorada.
-Eu dou-te a minha mão, que é como uma rã. E o meu amor te dou, puro como a água.
E se queres, sempre te posso cantar, cro cro cro, à noite, como aquela rã.
E o caminhante colocou-se de gatas e começou a cantar cro cro cro, como uma rã.
E esta senhorita, tão assenhorada, olhou para o caminhante e já não chorava.
E deu-lhe a mão enquanto o olhava.
E esqueceu o cro cro e esqueceu a rã.
E esta senhorita de chapéu branco, com o seu caminhante, se ria tanto.
E esta senhorita de chapéu branco, com o seu caminhante, se ria tanto.
Que os botões caíram todos.
E assim acabou a história,

Senhoras e senhores.

...E cantada em espanhol.






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