"Diário de Bordo": Semana 36

"Pedras no caminho?

Guardo todas, um dia vou construir

um castelo…"

Fernando Pessoa

Esta foi uma semana em que as temperaturas altas se juntaram às altas temperaturas, às dores de garganta e à Varicela e por isso tivemos um número acentuado de ausências…incluindo a da Luciana, para quem mandamos um abraço abraçadinho. Para nos dar uma ajudinha temos tido a Catarina (grande), que passa um pedacinho da tarde connosco.

O Licínio também nos veio “dar uma mãozinha”, na preparação do terreno onde vai ficar a nossa “Horta Biológica”. As sementes que há semanas atrás semeamos já se transformaram em pequenas plantas que necessitam de mais espaço do que aquele quadradinho do tabuleiro onde foram semeadas. Tendo mais espaço poderão crescer e dar “fruto”… ou melhor, dar legumes, que são tão importantes na nossa alimentação.

Para fertilizar o terreno, que o Licínio e o seu irmão Gonçalo cavaram com uma ajudinha do Ricardo, usamos o composto que fizemos com os excrementos da Tita Pumba, a nossa coelha que nestes dias tem estado em casa dos dois irmãos. O Gonçalo A. e o Pedro deram também uma ajuda na remoção dos troncos de couve secos que estavam junto ao compostor. 

Quando espalhávamos o fertilizante, descobrimos muitas minhocas, que nestes dias tiveram muito trabalho a transformar os excrementos e a palha, numa “massa” que agora vai ajudar o nosso terreno a ficar mais fértil…Esperamos é que os nossos amigos caracóis não apareçam por lá.

Nestas “escavações” encontrámos uma raiz enorme de um girassol que o ano passado nasceu e cresceu naquela parte da Horta. E como os girassóis são já uma tradição nas nossas actividades “agrícolas”, esta semana (mais tarde do que é habitual) transplantámos algumas plantas desta fantástica flor, junto ao muro que circunda a escola. Com a ajuda da dona Alice, todos os dias são regadas e parecem estar a gostar dos sítios que escolhemos para elas.

A Ivone e a Cláudia, do Gabinete do Ambiente, vieram falar-nos sobre regras de segurança na estrada. Trouxeram também bicicletas e sinais de trânsito com que montaram um circuito que nos permitiu pôr em prática algumas aprendizagens feitas na sessão de informação. Neste dia a Catarina e o Gonçalo também trouxeram as suas bicicletas. No dia seguinte o Miguel trouxe a sua bicicleta e o capacete, mas uma avaria na corrente, logo no início da manhã, obrigou-a a ficar parada durante quase todo o dia. O Pedro também trouxe o seu triciclo que tem ficado na escola e tem feito as delícias de algumas crianças mais pequeninas.

Quando fomos visitar o Horto do senhor António, na ida fomos por um caminho onde não passam carros, mas no regresso à escola viemos pela estrada e pusemos em prática algumas aprendizagens feitas sobre a forma como devem circular os peões em estradas que não tem passeios. Utilizamos as passadeiras e reconhecemos alguns sinais de trânsito.

Mas a visita ao Horto tinha um outro objectivo. Depois de já sabermos como se “multiplicam” os coelhos, vamos agora ver como se multiplicam os morangueiros.

E na quinta-feira, com uma baixa acentuada no “plantel”, dez crianças “entraram em campo”, ou melhor, no campo e lá fizemos nós aquele caminho gostoso, com uma pequenina ponte em pedra sobre o riacho que está rodeado de campos verdes e, nesta altura, de “dedaleiras”, ou “campainhas”. As crianças chamam-lhes “trecos”, porque com as suas flores fazem estalinhos.

No Horto vimos tantas plantas diferentes… O Gonçalo reconheceu os cactos do “far west” e falámos sobre algo que os caracteriza… os seus picos. Naquela forma, as folhas dos cactos têm uma dupla função: a de armazenar a água e de proteger a planta de possíveis agressões.

Reconheceram algumas flores que as mães e as avós têm em casa, entre elas as orquídeas e as “alegrias-do-lar”.

Depois de uma voltinha entre as cores das flores, saímos para o exterior e sentimos os aromas das plantas aromáticas e descobrimos tantas plantas de folhas e tamanhos diferentes. Foi tão divertido fazer “ziguezagues” entre as árvores de fruto e os cedros.

Estava na hora de escolher os dois morangueiros que iriam morar nos dois vasos que escolhemos especialmente para eles. O senhor António, simpaticamente, juntou mais três plantas às duas que escolhemos e aí começou a “discussão”… todos queriam levar um dos vasos no caminho para a escola. Distribuídos aleatoriamente os cinco sacos, formamos dois conjuntos: o das crianças que tinham saco e outro das crianças que não tinham saco. Contamos os elementos de cada conjunto e fizemos corresponder cada uma das crianças sem saco a uma, e apenas uma, criança com saco. Assim as crianças ficaram a perceber que cada par poderia transportar um saco, mas o facto de a estrada não ter passeio, e por isso não ser muito seguro caminharmos a pares, ficou decidido que a meio do caminho quem levava o saco o entregaria ao colega que lhe tinha calhado na “correspondência” que tinham feito anteriormente entre os dois "conjuntos".
E às voltas com os morangueiros, a leitura do livro "O Gigante e os morangos" era inevitável...Agora vamos esperar pela hora de colher também os nossos morangos...

E depois de, durante a preparação da Horta, termos encontrado minhocas e sapos, no regresso do Horto, encontrámos na estrada uma pequena cobra que tinha sido morta recentemente.

Mas o encontro com animais não se ficou por aqui esta semana. A dona Elisa encontrou um insecto que nunca tínhamos visto. Parecia um abelhão, mas era todo preto, incluindo as asas que com a incidência de certa luz ganhavam uma tonalidade azul arroxeada. O Ricardo tratou logo de ir buscar o nosso livro sobre os insectos, mas não conseguiu descobrir nenhum parecido com este. A pesquisa continuou no dia seguinte no Atlas Infantil, que também faz parte da nossa área das Ciências, mas sem sucesso. Soltamos o "abelhão preto" no nosso Canteiro das ervas aromáticas, entre a esteva e a salva que, nesta altura do ano, estão floridas e pareceu-nos que ele ficou feliz com a escolha do lugar.

Mas se a procura pelo nome do insecto nos nossos livros não foi bem sucedida, a sua consulta resultou noutras descobertas. 

E descobertos foram também alguns seixos, nas “escavações” feitas no recreio e que o Gonçalo F. e o Filipe resolveram levar para casa nos bolsos das calças…que tiveram de segurar para que não caíssem com o peso de tão valioso tesouro…

Durante a semana outras experiências foram contribuindo para aumentar o nosso “tesouro”, que nas vivências do Jardim de Infância se torna cada vez mais brilhante e valioso…Um tesouo que fica para toda a vida…

Ah!!! já me ia esquecendo de partilhar a boa notícia que o pai da Jéssica nos enviou por e-mail esta semana: Nos passados dias 8 e 9 de Maio, decorreu em Espanha, em Ponferrada, a I Edição dos 101KM Peregrinos ...que o pai da Jéssica venceu. Parabéns pai Carlos  :o)

*****Boa semana Amigos*****