"Em toda a infância houve um jardim. Isto é coisa de poetas."

Augustina Bessa-Luís

sábado, 11 de maio de 2013

Do ouriço do castanheiro ao ouriço-cacheiro

E de volta às semanas com cinco dias para vir ao JI, esta semana "ouriçamos" todos os dias...
 
Depois de termos modelado ouriços em barro, chegou a hora de sabermos mais coisas sobre estes amiguinhos espinhosos.
A Internet foi uma grande ajuda. Descobrimos não só informações preciosas sobre os ouriços- cacheiros, como também fotografias, histórias e jogos.


Ouriço-cacheiro
(Erinaceus europaeus)

O Amigo das nossas hortas
 
"
O Ouriço-cacheiro é um dos mais conhecidos animais da nossa fauna. Apesar do seu aspeto severo, é inofensivo, podendo viver tranquilamente nos nossos jardins. Os espinhos são usados apenas como proteção contra predadores.
O  ouriço-cacheiro é maior insectívoro da nossa fauna, com um comprimento do corpo entre 18 e 20 cm e cerca de 1 kg de peso máximo, sendo o valor mais habitual os 700 g.
É facilmente identificado por ter o dorso coberto de espinhos longos e aguçados, de cor acastanhada e com bandas escuras nas extremidades. A cauda é muito pequena, as orelhas são igualmente pequenas e a cabeça encontra-se bem destacada do corpo. A cabeça e a superfície ventral são densamente cobertas de pêlos. Tem um sentido de visão pouco desenvolvido, ao contrário da audição e do olfato.
Quanto sente perigo enrosca-se, expondo os espinhos como armas de defesa. Hiberna entre Novembro e Março.
É um animal solitário e territorial, de hábitos essencialmente noturnos, podendo ser observado nas últimas horas do dia e ao amanhecer. Alimenta-se sobretudo de invertebrados que encontra no solo - minhocas, escaravelhos, lagartas, aranhas e lesmas - embora também por vezes consuma ovos e pequenos vertebrados - sapos, lagartos, crias de roedores e de aves. Também come peixe, até porque é um excelente nadador. Consome cerca de 70 g de alimentos por noite.
A época da reprodução verifica-se de Abril a Agosto, tendo a gestação uma duração de 12 a 13 semanas. Cada ninhada é composta por 4 a 6 crias.
Tem uma longevidade máxima de 7 a 10 anos, vivendo em média 3. As principais causas de mortalidade são a fome durante a hibernação e a predação por parte de raposas, texugos ou mesmo cães. Os atropelamentos na estrada constituem também um importante fator de mortalidade desta espécie."
 
E num trabalho a 3 dimensões ,com barro e palitos, cartões e cartolina, tintas e lápis-aguarela e plasticina, construímos hortas para os ouriços. Desta forma, levámos para casa, informações que partilhamos com a família.
 


 
 

Como o Ouriço-cacheiro ganhou os espinhos

(Conto adaptado)
"Há muitos, muitos anos, lá no Norte distante, nasceu pela primeira vez um castanheiro.
Os animais do bosque não conheciam tal árvore, e quando um dos seus ouriços caiu, correram a abocanhá-lo…
- Ai! – gritaram todos, afastando-se.
- Esperem! – disse uma vozinha lá de dentro – olhem…
E, espantados, os animaizinhos viram a casca abrir-se e mostrar dois lindos frutos acastanhados, deliciosos ao paladar.
A notícia correu veloz por todos os bosques e todos ficaram a saber que o castanheiro dava frutos muito saborosos, mas encerrados numa casca com espinhos.
O Ouriço-cacheiro, que nessa altura era um bichinho pequeno e tão careca como a palma da mão, pôs-se a caminho para ir provar essa maravilha, sem se aperceber de que a Raposa, farejando uma boa refeição, o seguia disfarçadamente.
Chegando lá, o Ouriço cravou os dentes numa linda castanha caída no chão…quando apavorado, viu à sua frente a Raposa de boca aberta, pronta para o saborear…
- Socorro! – gritou o pobre, angustiado.
- Espera! – exclamou compadecido o castanheiro.
E uma casca vazia, coberta de espinhos, caiu sobre o ouriço cobrindo-o da cabeça aos pés, no preciso momento em que a sua inimiga o abocanhava!
- Aiiiiiiiii…uivou a Raposa, dando pulos de dor e fugindo dali a sete pés, para gáudio dos restantes bichos, que, encolhidos de medo, assistiam à cena.
- Foge, foge! – disse o Ouriço a rir, já refeito do tremendo susto que tinha apanhado – Muito obrigado, castanheiro, por me teres ajudado, e quanto a ti, ouriço da castanha, já não te deixo…Embora por fora estejas cheio de espinhos, por dentro és macio e quentinho como um cobertor de lã, e não posso encontrar melhor agasalho do que tu!
- Como queiras – disse a casca – assim ainda tenho utilidade, em vez de ficar por aí a apodrecer…
Desde então, o corpo do Ouriço fixou cheio de espinhos aguçados, o que lhe permitiu defender-se dos seus inimigos e alimentar-se melhor, pelo que cresceu e engordou.
A Raposa é que nunca mais se chegou ao pé dele…"

 
 
O ouriço-carrapiço

"Era uma vez um ouriço que se chamava Carrapiço e que não gostava do seu penteado.
Sempre que passava à beira do charco e se via ao espelho na água do charco suspirava:
- Ai! Ai! Estes picos são a vergonha do meu focinho. Quem me vir pensa que eu não me penteio ou então que vi bicho -homem e que fiquei assustado.
A Poupa que é muito bonita e tem um tufo de penas no alto da cabeça, ouviu-o e disse-lhe:
- Porque não faz uma permanente, vizinho ouriço.
Então o Ouriço Carrapiço foi a casa do Mestre Ondinhas que penteava todas as beldades da mata.
Chegou lá e disse:
- Faça-me uma permanente, Senhor cabeleireiro, por favor.
- Sim, senhor, mas quer a quente ou a frio?
- Qualquer coisa, quero é que fique com muitos caracóis.
Mas o cabeleireiro por mais que se esforçasse não conseguiu enrolar os picos do Ouriço.
O Ouriço Carrapiço saiu muito triste, quase a chorar. Depois viu o carneiro a pastar e suspirou outra vez:
- Ai! Ai! Quem me dera ter caracóis.
Mas a Pega ouviu o suspiro do Ouriço e como é um pássaro muito linguareiro começou logo a contar a todos os animais da mata.
- O Ouriço Carrapiço quer caracóis!
A raposa que é muito espertalhona e tem jeito para o negócio, arranjou logo um cesto de caracóis e foi a casa do Ouriço.
Claro que o Ouriço comprou-lhe os caracóis todos e agora anda muito feliz quando olha para a água do charco e vê a sua sombra já não suspira porque como enfiou um caracol em cada pico está todo encaracolado.
Mas quando chegar a Primavera e os caracóis puserem os pauzinhos ao sol o Ouriço Carrapiço vai ter uma grande surpresa."

E esta história do ouriço que queria ter caracóis inspirou-nos a enrolar e desenrolar tiras de cartão canelado...que, com ajuda de bolinhas de pasta de alfazema e alfinetes, se transformaram em caracóis.

(Para ver vídeo, clicar nesta fotografia) 
E voltando aos ouriços-cacheiros, as descobertas continuaram:
O André descobriu num livro que a mãe lhe comprou, do António Mota, uma história com ouriços do castanheiro e um ouriço-cacheiro. Um livro que trouxe para partilhar com os amigos e onde descobrimos que o menino desta história, abria os ouriços das castanhas, da mesma maneira que a Ana nos ensinou...com as botas. Também lemos o conto que dá título ao livro, e é muito divertido.
E nos jogos do Mini Click, no Sítio dos Miúdos, o André e o Diogo também descobriram informações sobre a anatomia do ouriço-cacheiro.
 
Os ouriços-cacheiros são uns animais muito simpáticos...

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