"Diário de Bordo": Semana 25

"Em Março, tanto durmo como faço." 

Provérbio Português

Serve este post do Diário de Bordo para relatar as nossas aventuras desta semana, que alternou chuva com Sol, e também para dar um grande abraço aos meninos e meninas que esta semana faltaram porque estiveram doentes… Num dos dias, para além dos cinco “doentinhos”, também faltou o Leandro, que não tendo sido vítima de uma virose, manifestou uma “birrose” que deixou a mãe sem tempo para o trazer ao JI. Mas a boa disposição voltou a tempo de ele aproveitar algumas das aventuras da semana.

Na segunda-feira iniciou-se o novo mês e com ele chegou a hora de mudar o “Calendário”. Estava na hora de “fazer contas” ao mês de Fevereiro e dar início às contas do mês de Março.

Desmontada a “Linha do tempo”, foram contados os dias de Sol, de chuva e os pouco ou muito nublados. Preenchido o gráfico percebemos que, na maioria dos dias, o Sol ou espreitou um bocadinho, ou simplesmente as nuvens esconderam-no de tal maneira, que dele só conseguimos ver a luz do dia.

Também pudemos contabilizar as presenças e perceber que alguns meninos vieram todos os dias e descobrimos em que dia faltaram mais meninos. Com a mudança do Rafael para outro JI, logo no início do mês de Fevereiro por motivos de ordem familiar, só houve três dias em que estivemos todos…Os vírus malandrecos andam por aí a fazer das suas…

Mas as brincadeiras matemáticas não se ficaram por aqui. À tarde a Jéssica quis partilhar com os amigos uns rebuçados de fruta, que contamos, agrupamos por sabor e por pares. Depois de escolhido o rebuçado desejado, fizemos um jogo de pontaria com o invólucro enrolado numa bolinha de papel que tinha como alvo…o caixote do lixo.

E por falar em lixo, aproxima-se o dia de um projecto nacional, que passa exactamente por limpar o lixo de Portugal. “Limpar Portugal” é um projecto ao qual o nosso Agrupamento aderiu. Questionadas sobre o que é "limpar", as crianças emitiram as suas opiniões. Para o Vitor é varrer, para o Gonçalo F. é arrumar os brinquedos da sala, para o Filipe é não deitar os papéis para o chão… Mas esta conversa levou-nos a outros tópicos sobre a poluição, desde o ar até ao mar. O Miguel já viu a chaminé de uma fábrica a deitar muito fumo e Catarina viu um polvo enrolado num saco plástico…

Falamos sobre a importância de cada um ajudar Portugal a manter-se limpo e para isso basta que cada um de nós arrume o seu quarto, ajude a mãe e o pai a arrumar a casa e o quintal…e depois podem ir em família, ajudar a limpar a sua rua…

E limpar a nossa rua é o que vamos fazer daqui a uns dias, juntamente com os nossos colegas do 1º Ciclo, pois as nossas salas e o nosso recreio estão sempre limpos com a nossa ajuda e com a ajuda da Luciana e da dona Alice.

Aproveitando a ideia do Vitor sobre varrer e o solinho de quinta-feira, fomos ao monte buscar giestas para fazer umas vassouras. A Luciana que sabe fazer vassouras de giestas, ajudou-nos nessa tarefa e fez também vassouras para os meninos que esta semana não puderam vir. Estamos prontos para varrer Portugal.

Visitamos o Ecoponto junto à nossa escola e percebemos que é importante fazer a recolha selectiva de lixo, para que depois ele possa ser reciclado. Também vimos que há lixo que não pode ser colocados nestes contentores e que deve ser colocado num contentor cinzento, destinado ao lixo doméstico. Na nossa escola fomos à procura de sítios onde pudemos colocar o lixo. Para além dos baldes do lixo das salas, temos um mini ecoponto junto à sala do JI e do ATL e um outro na cantina. Temos também um compostor, onde colocamos folhas secas e a palha e os excrementos da TIta e a dona Conceição, a cozinheira, coloca cascas de fruta e legumes. Depois vamos utilizar este composto na nossa horta e no nosso canteiro das ervas aromáticas, para fertilizar a terra e as plantas nascerem mais fortes e saudáveis.

                                  

Ricardo, 6 anos

André, 5 anos

E apesar da semana ter começado com chuva e granizo, o Sol de quarta-feira permitiu-nos ir a casa do André, que andava ansioso por levar lá os seus amigos. Como é bom passear pelas ruas da aldeia… Quando era pequena sonhava “ter” uma aldeia... Não que morasse na cidade, mas quando ouvia uma amiga dizer que nas férias ia para a aldeia (de onde os pais eram originários), eu imaginava logo muitas brincadeiras com os primos no monte, na rua e muitos animais domésticos…

A atracção desta visita, para além dos brinquedos do André, era também o muro de cuja construção tanto o André fala. Mas o muro foi logo trocado pelas outras atracções e por uma máquina escavadora (desligada e segura) que o pai do André tinha no quintal. Também vimos os pintassilgos e o corvo Jacó, que o André tem dentro de uma gaiola…

O Pai do André, que é cozinheiro, tinha-nos preparado um lanchinho que foi comido com agrado, depois de se terem gasto tantas energias a subir e a descer da máquina e a brincar com a bicicleta, a escavadora de bateria e os camiões na rua… Aquela é uma rua calma e de fácil gestão quanto às regras de segurança …por isso brincar na rua foi muito giro.

Mas há outras histórias para contar: umas que se leram (“A casa da Mosca Fosca” e “O incrível rapaz que comia livros), outras que se desenharam (“Elmer”… os desenhos dos amigos do Elmer)…outras que se viveram…

A Tita regressou à escola com os seus filhotes…que já saem do ninho e roem pão e palha. Jogamos à bola no recreio, descobrimos cogumelos junto à nossa amendoeira, conhecemos o gato da Filipa, que agora já está no 1º ano e, como mora pertinho da escola, vai com a mãe cuidar dos coelhinhos no fim-de-semana, fizemos o scanner dos desenhos “Se eu fosse um animal” (que em breve serão publicados) e também fomos peixes, golfinhos, baleias e tubarões num jogo de “faz-de-conta” que tinha como cenário o fundo do mar e um grupo de habitantes dorminhocos…

Também jogamos o “Jogo do osso”, um jogo que já se jogava quando eu há nove anos cheguei a este JI e que foi passando de “geração em geração”…Há jogos assim…

E para responder à questão do Gonçalo F. que, quando falávamos do processo de reprodução nos mamíferos, perguntou “Como é que apareceu a primeira pessoa?”, vimos um filme que o Gonçalo Agra trouxe da colecção “Era uma vez o Homem: Nasce a Terra”…que começa com Big Bang e que nos leva até ao aparecimento do Homem.

E baseado neste fenómeno que nos fala de uma explosão que deu origem à estrela Sol e aos planetas que à volta dele giram, entre eles a Terra, o Gonçalo F. fez este desenho…

 "Os astronautas estão a salvar o Sol, porque houve uma explosão que fez bombas que quase acertavam no Sol. Os astronautas viajaram numa avioneta porque o foguetão tinha o cano de escape partido e o fogo não podia sair..."
Gonçalo F. (5 anos e 3 meses)


As notícias dos últimos dias sobre as cheias na ilha da Madeira e o terramoto no Chile, também influenciam os desenhos das crianças.


"Estava de noite e veio um terramoto... a terra começou a tremer. Caíram pedras e magoaram uma pessoa que foi para o hospital de avioneta...para o hospital de França..."

André (5 anos)

*****Boa semana Amigos*****