"Em toda a infância houve um jardim. Isto é coisa de poetas."

Augustina Bessa-Luís

sábado, 30 de outubro de 2010

Eureka! Eureka!

Ontem o André, depois de ter trazido uma bóia, trouxe uma pedra que recolheu no “rio de água quente”, quando foi a Espanha, pelo Gerês.

Ora cá estava a deixa para falarmos do Princípio de Arquimedes… Depois da leveza da bóia, tínhamos o peso da pedra…
Numa bacia com água testamos o efeito da pedra no nível da água.

Porque subiu o nível da água?
André: A pedra empurrou a água para cima porque é pesada…e aperta a água.
Gonçalo: E porque a água não tem mãos para a segurar…
Vitor: E também não tem cabeça…por isso não tem cérebro para pensar.
Jéssica: Se a pedra fosse mais pesada a água vinha mais para cima.

Mas a experiência podia continuar. Por isso arranjamos mais alguns objectos para testar a flutuação e o afundamento: um clipe, uma castanha, meia casca de noz, uma bola de plasticina, uma esfera e “prata”.

Quem flutua e quem afunda?
-Afunda a bola de plasticina, o clipe e a esfera e flutua, a casca de noz, a castanha e o barco feito com a “prata”.
Gonçalo: O clipe é leve, mas vai ao fundo porque é pequeno.

Colocados todos dentro do “barco de prata” porque nenhum vai ao fundo?
Vitor: Porque agora estão no barco e o barco é feito de…
André: … de prata.
Vitor: Não é prata, é papel de chocolate.

E porque não se afunda a plasticina quando transformamos a bola em barco?
Francisca: Porque o barquinho é largo e a plasticina ficou maior.

Porque foi a casca da noz ao fundo, quando colocamos a esfera dentro dela?
André: A esfera é de inox e pesa mais…e faz força para baixo. E com o barco de “prata” e de plasticina a água faz força para cima.






Falamos sobre a história de Arquimedes que, por ter de descobrir se a coroa de um rei era de ouro, ou não, enquanto tomava banho, fez uma descoberta muito importante quanto à força que os objectos exerciam sobre a água quando afundavam e que esta exercia sobre os objectos que flutuavam. Ele ficou tão entusiasmado com esta descoberta que saiu da banheira e foi pela rua a correr, todo nu (gargalhada geral) a gritar “Eureka! Eureka!”, que quer dizer “Encontrei a solução! Encontrei a solução!”.


O André descobriu que por ter trazido aquela pedra consigo o “rio da água quente" ficou mais baixinho…

Já no final desta experiência choveu torrencialmente e também vimos relâmpagos e ouvimos trovoada. A Natureza oferecia-nos mais uma oportunidade para falar sobre um dos seus fenómenos … e de alguma forma, tranquilizar algumas crianças que se sentem assustadas com o barulho da trovoada.
Falamos das nuvens e da quantidade de gotinhas de água que elas carregam. Falamos do vento e da forma como ele empurra e faz chocar estas nuvens cinzentas e gordas. Falamos da luz e do som que estes choques entre as nuvens provocam e da velocidade com que chega até nós a luz do relâmpago e o som da trovoada.
Entretanto a professora Cristina Alves, que vai connosco fazer uma parte da sua tese de doutoramento, na área da matemática, juntou-se a nós e ajudou-nos a contar os “segundos” entre o a luz e o som. Ficamos a saber que a luz é mais rápida que o som, por isso chega primeiro, e que se as nuvens que chocam estiverem mais perto de nós temos de contar menos “segundos” entre a luz e o som.
E para que algumas crianças afastassem do seu rosto aquela expressão que fica ali algures entre o assustado e o apreensivo, decidimos que a trovoada era o “ressonar do Céu” e que por isso não era necessário ter medo…
O Vitor que até tapava os ouvidos, para não ouvir a trovoada, disse:
-É como o meu pai, que ressona tão alto que eu até ouço no meu quarto…
E a julgar por outros comentários entre os presentes, não há-de ser o único pai a fazê-lo :o)

Ah! E não esquecer que em dias de trovoada nos devemos afastar das árvores e de zonas com água, pois os relâmpagos gostam muito de cair sobre elas…



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