Setembro é sinónimo de início de um novo ano. Não se lhe mudam os
dígitos, mas acrescentam-se-lhe os do ano civil que se
lhe segue. E é nesta perspetiva de futuro que uns regressam a um percurso que
se espera continue a ser significativo para a sua formação e outros iniciem
esta sua caminhada.
Para uns será o regresso a um grupo de pessoas
que já conhecem e a um espaço que lhes é familiar. Para outros será a sua
primeira experiência “a solo”, fora da “proteção” familiar.
Na sua chegada ao Jardim de Infância (JI), as crianças vão ocupar
um tempo e um espaço preciosos na sua formação, não só académica, mas
essencialmente como pessoas e cidadãs. É no JI que vão, de certa forma, começar
a construir o seu “destino”. E é assente nesse princípio que desejo conseguir
gerir emoções e conquistar afetos para conseguir partilhar com as crianças o
despertar de interesses e motivações e o desenvolver de habilidades e
competências que lhes serão úteis não só na vida da escola, como na “escola da
vida”.
No meio de muita curiosidade, muita conversa, muitos sorrisos,
muito afeto, haverá dinâmicas que necessitarão ser
adequadas, ruído a ser silenciado, lágrimas a ser enxutas… e alguns “ralhetes” e “caras
zangadas” sempre que se tentem ultrapassar os limites definidos, pois as crianças ainda não têm
capacidade para definir as linhas que separam o possível do
desejável.
É meu desejo que estes momentos partilhados ajudem as crianças a crescer respeitando e cultivando as amizades, conquistando o conhecimento e comprometendo-se a “fazer
bem”… Em suma, a serem
felizes!
Espero, sinceramente, levar às famílias das
crianças, as emoções, os conhecimentos que se partilham no JI e que nem sempre estão evidentes em Projetos Educativos ou Planos
de Turma,
ou se podem afixar nas paredes ou arquivar em dossiers, portefólios, ou outros registos formais. Com os docentes de
outros níveis de ensino com quem habitualmente estabeleço parcerias não
partilharei “receitas”, mas partilharei dúvidas,
conhecimentos, ideias e afetos porque é com essa “receita”
que se constrói a Educação.
A Educação Pré-Escolar é consagrada pela Lei-Quadro (Lei nº 5/97)
como a primeira etapa da educação básica, sendo a sua tutela pedagógica
assumida pelo Ministério da Educação. Como tal estarei atenta às políticas
educativas emanadas, não deixando que “destabilizem” o tempo que partilho com
as crianças, pois como diz o professor José Pacheco “Quem dera que todas as escolas fossem lugares onde se
permanece o tempo preciso para realizar o projeto de um sonho. Lugares de onde
se parte para levar sementes de um sonho para outros lugares, ou para deixar
que o sonho de fazer crianças mais felizes prossiga.”
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