Tudo começou quando a
Rita falou na Páscoa.
-Está quase a chegar
à Páscoa. - disse a Rita.
-E o que se faz na
Páscoa? - perguntei eu.
-Comem-se ovos de
chocolate, amêndoas e amendoins. - respondeu.
-Só acontece isso
quando festejas a Páscoa em tua casa?!
-O Jesus também vai a
minha casa na Páscoa... Vai a pé e entra pelo portão.- respondeu a Rita.
-O Jesus já morreu! -
disse o Diogo. Ele fez barulho na missa e morreu!
E começou a discussão
que rodou à volta da morte ou "não morte" de Jesus.
Decidi contar-lhes
uma história sobre um menino chamado Jesus. As crianças já conheciam a história
do seu nascimento. Desta vez falamos sobre a história da sua morte.
Jesus era um homem
bom e muitas eram as pessoas que gostavam dele. Procuravam-no para estar e
conversar com ele. Numa cidade chamada Jerusalém morava um rei chamado Pôncio
Pilatos e que não gostava de Jesus. Este rei mandou os seus soldados procurá-lo
e prendê-lo, mas eles não o conseguiram encontrar.
Um dia Jesus fez um
jantar com os seus 12 amigos, os discípulos. Só que um desses amigos, Judas,
não era tão amigo como se pensava e contou aos guardas onde podiam encontrar
Jesus.
Jesus foi preso e
colocado numa cruz, onde acabou por morrer.
Como as pessoas
gostavam muito dele ficaram tristes e choraram. E porque acharam que todos
deviam conhecê-lo decidiram escrever um livro com a sua história, que se chama
Bíblia, e construir casas, que se chamam igrejas, onde as pessoas pudessem ir para
ouvir as histórias da sua vida.
E como no tempo em
que Jesus viveu, as pessoas não usavam máquinas fotográficas, telemóvel ou
tablets, muitos anos mais tarde, um senhor italiano chamado Leonardo da Vinci
decidiu pintar o retrato do último jantar que o Jesus fez com os seus amigos e
chamou-lhe "Última Ceia".
Quando vimos a imagem
do quadro na nossa pesquisa da Internet, o comentário de várias crianças foi:
-Em casa da minha avó
tem esse quadro!
(Na casa da minha avó
também havia um.)
E partiu daqui a
ideia de cada criança recriar este quadro.
-No meu quadro o
Jesus vou ser eu. - disse o Diogo.
E outra ideia surgiu.
Sendo 13 o número de crianças no grupo, imprimir as suas fotografias e
transformar os amigos nos Apóstolos foi uma ideia aceite por todas.
Na recriação do
quadro, as "competências" matemáticas estiveram muitas vezes
presentes (aliadas à oralidade, à motricidade fina e à expressão plástica).
Quem fica ao centro, quantos ficam de cada lado, fazer corresponder um par de
pernas (por baixo da mesa) a cada corpo, fazer corresponder um prato a cada
pessoa, a forma do quadro, o número de velas (porque naquele tempo também não
havia eletricidade), foram noções que também foram discutidas.
O humor também esteve
presente e a deixa do Paulo tornou-se na piada do dia. Estava o Pedro a fazer a
distribuição dos amigos na folha do seu quadro quando disse:
-O André vai ficar
nesta ponta.
-Então é o André que
vai apagar a luz. - disse o Paulo.
A partir dali, entre
muita diversão, as crianças começaram a escolher quem é que ia apagar a luz no
seu quadro.
O Diogo continua a
insistir em ir a casa da Rita para conhecer o Jesus. Lembrei-o que já fomos a
casa da avó da Rita ver o Jesus no Presépio. O Paulo disse-lhe:
-Não te preocupes
Diogo, que o meu tio Quico leva-o a tua casa.
(O tio Quico faz parte do Compasso Pascal na sua freguesia).
(O tio Quico faz parte do Compasso Pascal na sua freguesia).
Muitos profissionais de educação chamariam a isto que nos aconteceu "pedagogia de situação"...
Eu prefiro chamar-lhe "o abraço da oportunidade" :-)
Tenham umas excelentes férias da Páscoa...
Nota: Aqui ficam dois links para os vídeos que vimos durante este dias...
Significativo, contextualizado, relevante.
ResponderEliminarUma bela forma de abordar a Páscoa, à semelhança do que costumam fazer.
Páscoa Feliz para todos!
Obrigado Fixes....Boas férias para vocês também...
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